quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Teoria das Situações Didáticas -Guy Brousseau


"Existem três tipos de situação que me interessam: aquelas que convocam à tomada de decisões, ou seja, que colocam os alunos em ação, as que permitem formular ideias e colocá-las à prova e, por último, os debates, momento em que o grupo discute estratégias de resolução, avaliando quais opções são mais adequadas.'' Guy Brousseau
O educador francês desenvolveu a Teoria das Situações Didáticas com base nas condições necessárias para a construção do conhecimento matemático
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Metodologias e recursos didáticos na Matemática


Ultimamente, muito se discute sobre a necessidade de melhorar o ensino de Matemática no Brasil. Mas para que o ensino da Matemática melhore é fundamental que mude a maneira como é apresentada aos alunos, pois até hoje é vista por muitos alunos como uma matéria difícil, impossível de ser aprendida, mas tudo isso é em consequência da forma pela qual é apresentada.
É necessário ter em mente que a aprendizagem não pode estar baseada no conhecimento de regras e na memorização. O conhecimento memorizado não ajuda os alunos a compreender o que é Matemática nem garante que serão capazes de utilizá-la na prática. 
A noção de competências matemáticas está associada a conhecimento e a atitudes relativas à Matemática, que, de forma integrada, a criança deve desenvolver e ser capaz de usar, as escolas têm a função de ajudar as crianças a desenvolver as competências necessárias, cuja as características principais são:
·         Exploração da Matemática a partir de problemas do cotidiano e de outras áreas de conhecimento;
·         Exploração dos conteúdos de forma equilibrada e articulada, envolvendo números e operações, espaço e forma, grandezas e medidas e tratamento da informação;
 Utilização dos recursos tecnológicos disponíveis – vídeo, calculadoras, computadores, etc.
Como instrumentos de aprendizagem educadores matemáticos desenvolvem propostas com características semelhantes, e as reorientações curriculares que vêm sendo implementadas incorporando essas propostas, para proporcionar aos alunos do ensino fundamental a construção de competências matemáticas básicas.
Na área de educação, tem falado muito sobre a importância de se trabalhar com os conhecimentos prévios dos alunos. Mas, afinal, o que são esses conhecimentos, qual a sua importância e como você, professor, pode identificá-los? Se levarmos em conta a concepção construtivista sobre os processos de ensino-aprendizagem, veremos que “... aprender qualquer um dos conteúdos escolares pressupõe atribuir um sentido e construir os significados implicados em tal conteúdo”. (Miras, 1998).Essa construção de significados é feita pelo próprio aluno, a partir de outros significados que ele construiu previamente. Aquilo que já foi aprendido e que é, de fato, significativo para o aluno, serve de base para os novos conteúdos que serão aprendidos.
Nesse processo de transformação, o professor tem papel fundamental.
  •      Valorização do conhecimento prévio - Os conhecimentos prévios são aqueles que já foram adquiridos, anteriormente, sobre o conteúdo que será aprendido, que dizem respeito tanto a informações quanto a conhecimentos sobre o próprio conteúdo e que se relacionam com ele de maneira direta ou indireta. Antes mesmo da intervenção educativa, as crianças têm ideias prévias sobre quase todos os temas que a escola aborda, pois à medida que vão crescendo, têm a oportunidade de observar, cotidianamente inúmeras informações escritas e numéricas em seu dia-a-dia.
  •       Incentivo à expressão do pensamento do aluno - O estímulo à expressão do raciocínio dos alunos também reflete uma atitude adequada para resolver problemas, seja trabalhando com um texto de sistematização onde o aluno deverá dar a sua opinião, expressando-se na produção textual de algum tema referente aos conteúdos matemáticos, na realização de cálculo mental, vir ao quadro resolver problemas ou até mesmo em atividades de criação de problemas por parte dos alunos. Quando formula um problema, a criança se exprime na língua materna usando ideias matemáticas. Esse ir e vir entre duas linguagens, a natural e a matemática, desenvolve ambas e contribui para o domínio da leitura e escrita em geral.
  •      Cálculo mental – No dia-a-dia o cálculo é realizado mentalmente ou por meio da calculadora. O cálculo com lápis e papel ainda é exigido em alguns concursos e exames, mas é muito útil do ponto de vista prático o uso do cálculo mental, pois ele contribui para desenvolver o raciocínio, perceber padrões numéricos, fazer estimativas e entender idéias matemáticas que surgem ao longo dos ensinos fundamental e médio. Ao fazer a conta de cabeça, o estudante percebe que há caminhos diversos na resolução de um mesmo problema. É pelo cálculo mental que ele também aprende a realizar estimativas. E percebe as propriedades associativa e de decomposição. Para estimular o desenvolvimento do cálculo mental, pergunte muito.
  •      Cálculo escrito – Aprende-se que: para somar, “vai um”; para subtrair, “empresta um”; para multiplicar, “aqui embaixo pula uma casinha”; para dividir, “a conta deve ser feita da esquerda para a direita, ao contrário das outras operações” Uma vez que a lógica dos algoritmos está baseada na estrutura do nosso sistema numérico, usamos diversos recursos na construção da citada compreensão: material dourado, ábaco, dinheiro de brinquedo, esquemas variados. Primeiro, as crianças calculam usando esses recursos e só depois, pouco a pouco, vão sendo apresentados os registros escritos, que “descrevem” o que foi feito com os materiais. É assim que surgem os algoritmos, as técnicas de cálculo com lápis e papel.



Bibliografia

CEVADA, J. S., ITACARAMBI, R.R., TOELDO, M. E. R. O. & outros autores. Projeto Pitanguá: Matemática. Guia e recursos didáticos. São Paulo: Moderna, 2007.
GENTILE, Paola. As coleções ensinam a contar. Revista Nova Escola. São Paulo: Editora Abril, agosto,2007.
IMENES, Luiz M.;LELLIS, Marcelo & MILANI, Estela. Matemática para todos. Caderno de assessoria pedagógica. São Paulo: Scipione,2004
OLIVEIRA, Cida. O que eles já sabem? Revista Nova Escola. São Paulo: Editora Abril, março, 2008
PASSOS, Angela & MENEGHELLO, Marinez. De olho no futuro: Matemática. 3ª série. São Paulo: Quinteto Editorial, 2005
Revista Nova Escola.Edição especial: Parâmetros Curriculares Nacionais – fáceis de entender – de 1ª a 4ª série. São Paulo: Editora Abril
RIBEIRO, Raquel. Material concreto: um bom aliado nas aulas de Matemática. Revista Nova Escola. São Paulo: Editora Abril, agosto,2005
___________. Cálculo mental: quanto mais diversos os caminhos, melhor. Revista Nova Escola nº181. São Paulo: Editora Abril, abril de 2005.
ROVANI, Andressa. O aluno errou? Nada mal! Revista Nova Escola nº 170. São Paulo: Editora Abril, março, 2004.

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